I wanted you bad
I'm so through with that
‘Cuz honestly you turned out to be the best thing I never had
You turned out to be the best thing I never had
And I'm going always be the best thing you never had
Estou a sentir um peso na consciência e necessito escrever. Não sei se são saudades, mas uma coisa é certa: eu não quero voltar atrás. Ainda não desenvolvi sono em mim e já é uma hora considerável para tal, pois são duas e quarenta e dois da manhã. A vida não me tem corrido mal, de facto, mas as saudades são algo a que tenho que me habituar ao longo do tempo.
Não sei bem porquê, mas a inspiração que eu tinha desapareceu por completo, hoje em dia já não escrevo como antigamente. Necessito de uma fonte de inspiração, uma musa ou talvez um Deus. Um Deus talvez me contemplasse mais, mas uma musa, ou seja, um objecto ou material que eu encontrasse que me inspirasse, serviria.
Ao longo do tempo tornei-me uma pessoa mais vulnerável a ferimentos internos, isto é, estou numa fase em que qualquer pessoa me pode magoar. Porquê? Porque à relativamente pouco tempo foi isso que aconteceu. Sinto-me um pouco mais à deriva e com vontade de viver mais, no entanto, sinto-me fragilizada a ser magoada.
Que dia é hoje? Pois é, dia treze de agosto, há cerca de um ano atrás lá estava eu, na má vida, percorrendo mundo e fundos, tentando encontrar a felicidade pelos caminhos incorrectos. Uma coisa é certa… eu aprendi com eles, aprendi a errar e a corrigir, apesar de magoar imensos corações. Não me arrependo minimamente de todas as avarezas que fiz, mas também não me sinto orgulhosa… foi uma fase da minha vida que prefiro nem lembrar.
Hoje, as coisas mudam um pouco, isto porque entrelinhas, apaixonei-me. Prometi a mim mesma que nunca mais iria partir coração algum, prometi que nunca mais iria cometer os mesmos erros e usar as pessoas erradas, ou mesmo usá-las. Sigo conforme o meu coração e desta vez, ele enganou-me bem. Apaixonei-me não apenas por um dia, por umas horas… apaixonei-me por oito meses. Não contabilizei o tempo! Longe disso… mas foi o quanto durou toda essa paixão. Garanto que foi a melhor paixão que alguma vez tive, de onde “saquei” todas as minhas melhores recordações, onde aprendi o que me parecia impossível, onde me concretizei e em quem depositei mais paixão e loucura. É verdade, eu estava louca, louca por amor. É estranho para mim dizer tal coisa, mas é a realidade… eu sentia-me a melhor pessoa do mundo, sentia-me única e amada! Algo que já não acontecia há cerca de um ano, onde o que eu fiz foi magoar e usar, ser magoada e ser usada. Aprendi o que muita gente não aprende nestas relações. Aprendi a ser pontual, aprendi a ser moderada, aprendi a respeitar! Era algo que eu não sabia fazer antigamente, ou seja, eu era totalmente o contrário, em vez de amar, estimar e cuidar, eu usava, magoava e ainda rejeitava. Perdi grandes oportunidades com tudo o que fiz, mas não me arrependo. Perdi tempo? Não importa, eu aprendi! E aprender é o melhor que nós temos na vida. Se o amei? Oh se amei… e muito. Não me deixei enganar, pois os seus sentimentos eram idênticos aos meus, até chegarmos a um ponto distante. Passados oito meses, a relação já estava a ficar demasiado gasta. Vamos esquecer este assunto, pois já desperdicei muito tempo nele até então.
Continuo a achar que estou sem imaginação, sem inspiração e originalidade para me descrever agora. Será que mudei, será que estou pior, melhor? Eu não sei, sinceramente, acho que ninguém me sabe responder a isso. Há quem diga que me tornei mais rija, uma melhor pessoa em termos pessoais, mas uma pessoa mais fria em relação ao exterior. Porquê? Talvez por ter sido magoada o suficiente, para mudar tão radicalmente.
Agora paro para reflectir, penso em mim mesma e no que perdi ao longo dos tempos. Perdi amigos, imensos, ao ponto de hoje ter muito poucos. Não me preocupo com isso, estou ciente de que se precisar, vão ser estes que se vão encontrar lá. Acredito neste momento que com apenas uma lufada de vento tudo pode mudar, mas foi isso que a vida me ensinou, a ser “rija”.
E noto que neste momento já escrevi demais, já desabafei demais, e já me sinto muito mais aliviada. Sinto que deitei tudo o que necessitava cá para fora. Há muito tempo que não me sentia assim tão apta para escrita, parecia que tinha perdido todo o sentido e que já não iria conseguir pegar mais em folhas e botar lá letras e frases com sentido.
Penso agora, talvez, que escrevi na maior parte deste texto, uma época que me marcou a vida, mas como disse, é apenas um desabafo. Pode até ninguém lê-lo ou mesmo senti-lo, mesmo assim eu necessitava deitar tudo cá para fora. Estava com vontade de partilhar com o “mundo” o que se passa comigo, não querendo parecer egocêntrica, pois é isso que eu aparento a pessoas que não me conhecem. Todos pensam que eu sou apenas mais uma rapariga mimada, que tem tudo o que quer e rejeita o que recebe. Nada disso, eu sou algo mais que isso, consigo afirmar que sou vivida, tenho poder de compreender problemas e tentar superá-los da maneira mais fácil, mesmo que não exista essa maneira. Só quero que percebam que eu não sou fria porque quero, não sou egoísta porque quero, não sou anti-social. Só quero mostrar que mudei e não sou mais aquela “miúda” a que todos chamavam de “mole”. Sou assim porque necessitei mudar, e sem dúvida que me fez bem. Perdi pessoas pelo caminho? Não tinham estofo para aguentar, muito menos eram verdadeiras, pois os que são acompanham independentemente de qualquer mudança.
Já escrevi muito por hoje. Pode ser que amanhã eu acorde e me sinta preparada para uma nova página e quem sabe… uma nova história.
Inês Santos